Em um contexto cada vez mais complexo, competitivo e acelerado, a decisão por uma uma carreira se torna um dos desafios mais exigentes que se apresentam na juventude.
Apesar de ter uma demanda crescente e de influenciar em praticamente todas as áreas da vida cotidiana, a escolha pela engenharia, arquitetura e outras profissões relacionadas a STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) nem sempre é óbvia.
Às vezes, é preciso criar uma ponte para que os estudantes possam conhecer a área e se inspirar pelo que a engenharia tem a oferecer.
A encubadora Education Incubator é um projeto da University of Exeter, no Reino Unido, que tem como objetivo fomentar a inovação e a colaboração de seus acadêmicos, abrindo espaço para a descoberta, desenvolvimento e exploração de novas ideias e abordagens de ensino.
O Bridge to the Future foi um dos projetos apoiados pela encubadora Education Incubator em 2021 e foi criado pela professora Maria Rosaria Marsico. A principal finalidade é engajar e inspirar estudantes entre 14 e 19 anos da University Technical College of South Devon a perseguir uma carreira relacionada a STEM.
O projeto se utiliza dos Kits Estruturais Mola como uma ferramenta de ensino, de maneira a introduzir os conceitos estruturais por meio de atividades mão-na-massa.
Uma das principais características do Bridge to the Future foi o envolvimento ativo de 3 estudantes do 2º ano do curso de engenharia da University of Exeter, co-criando materiais de estudos e decidindo quais modelos seriam mais adequados a serem montados.
Os alunos da University of Exeter, liderados pela professora Marsico, gravaram guias em vídeo e desenvolveram tutoriais passo-a-passo que serviram de suporte para guiar o workshop.
Além dos guias e experimentos feitos com o Mola, também montaram uma mesa vibratória de Lego que serviu para testar as estruturas e entender o comportamento dinâmico dos modelos construídos.
Os estudantes da University Technical College contavam com kits que foram enviados pela universidade, com os quais eles conseguiam fazer os experimentos à distância. Tudo para transmitir conceitos da engenharia estrutural aos adolescentes de uma forma que fosse encorajadora e divertida.
Ao final do workshop, os alunos queriam se divertir, montar os próprios modelos e testar os diferentes comportamentos estruturais.
A professora Marsico conta um pouco sobre como foi o processo: "Nós entregamos instruções claras sobre como montar os modelos, mas uma vez que eles entenderam a abordagem, começaram a brincar, viam as estruturas colapsarem e depois montavam de novo. Eles se divertiam e foi muito bom porque assim eles começaram a entender as aplicações do que ensinamos na teoria."
Além disso, a professora destaca os aprendizados obtidos pelos estudantes para além do ensino de estruturas:
"Um outro aspecto positivo foi o feedback dos meus estudantes, porque eles aprenderam muito com o Mola, não só conceitos técnicos, mas também trabalho em equipe, a fazer coisas pros outros, a fazer um bom guia em vídeo, etc. Foi também uma experiência de aprendizado em termos do desenvolvimento da independência."
Os estudantes avaliam positivamente a experiência, especialmente no que diz respeito à facilidade com que os Kits Mola transmitem conceitos estruturais mesmo para pessoas sem uma base em engenharia:
"Acredito que uma das partes mais bem-sucedidas foi focar o projeto em terremotos. Isso foi benéfico por duas razões principais. A primeira foi que introduziu uma atmosfera emocionante e empolgante com a qual os adolescentes puderam se envolver e nos permitiu usar muita hipérbole e entusiasmo enquanto falávamos sobre 'a natureza devastadora dos terremotos'. A segunda razão é que nos permitiu ensinar sobre frequência harmônica, um conceito de nível universitário que é mais compreensível quando aplicado a um cenário da vida real, como um terremoto."
Os materiais criados combinam o ensino de alguns fundamentos estruturais com o aconselhamento e inspiração na direção da Educação Superior. O workshop excedeu as expectativas iniciais, com os adolescentes demonstrando um entendimento maior do que o esperado.
O Bridge to the Future também foi selecionado como um dos projetos de destaque da campanha de comunicação da University of Exeter chamado Transforming Education 2021, de forma a promover as atividades da universidade nos temas de inovação, educação sem fronteiras e estudantes como co-criadores.
O time agora está explorando a possibilidade de trazer o projeto para dentro da Universidade of Exeter, como uma atividade de divulgação e engajamento da comunidade, além de consolidar a parceria com a University Technical College of South Devon e outras escolas.
O que você achou do Bridge to the Future? Sua universidade tem algum projeto para inspirar novas gerações de engenheiros? Gostaria de tentar algo similar? Conta pra gente aqui nos comentários.
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